NTGMX: o ritmo pulsante de Carlos do Complexo

Em sua versão deluxe, com 10 faixas – 5 remixes e 5 inéditas – CDC traz um sentimento diferente. Seus arredores o influenciam e ele sentiu a necessidade de externalizá-lo através da música: suas batidas singulares e energizantes cativam o público a cada faixa.

A raiva, segundo ele, foi o fio condutor para este álbum. Não que seja algo negativo – para um artista como Carlos, sua maestria se mostra em cada escolha de instrumento e sua manipulação. Além disso, as participações não podem ser deixadas de lado, afinal, são um dos primeiros passos a serem dados por ele.

Batemos um papo com Carlos do Complexo sobre seu amor pela música, o novo álbum deluxe, suas participações, timbres e projetos futuros. Confira abaixo:

1. De onde veio seu amor pela música? Teve algum momento ou faísca que acendeu isso dentro de você?

Acredito que na adolescência a influência musical do meu cotidiano com meu amor por ouvir música despertaram meu desejo quase que incontrolável de fazer música;

2. Seu primeiro álbum, NTGM, de 2023, é algo bem mais emotivo e sentimental. Dessa vez, qual você acha que é o fio condutor do Deluxe – NTGMX?

A palavra chave pra essa segunda parte do álbum é a “Raiva”. Quis passar um sentimento mais agressivo, pulsante. Meu ano de 2023 foi muito complicado, com perdas e acontecimentos difíceis de entender. Eu precisava externar esse sentimento através das musicas.

3. As músicas do Deluxe já existiam antes ou foram feitas depois – de acordo com a resposta do público ou talvez até mesmo da sua intenção de dar continuidade ao enredo já construído?

Algumas já existiam, mas ainda eram ideias embrionárias. O deluxe foi ganhando uma “personalidade” de acordo com a evolução da construção das músicas.

4. Como você escolheu as participações/colaborações que fariam parte desse Deluxe?

Geralmente, as participações são uma das primeiras coisas que eu penso. Anoto tudo num papel ou bloco de notas e vou construindo a partir disso. Dessa vez eu acho que consegui juntar vários artistas que eu admiro e amo. Fiquei feliz demais com o resultado.

5. Como acontece seu processo criativo para um projeto? Você primeiro faz as faixas soltas e depois cria um fio condutor ou você cria um conceito e faz as faixas a partir disso?

Eu costumo primeiro mergulhar em torno de um conceito e pensar sobre o que eu vou falar. Depois penso sobre a sensação que quero passar com as músicas e aí finalmente começo a construir as faixas. Não é um processo muito natural, mas pra mim tem funcionado.

6. Você prefere produzir em casa ou estar no estúdio, rodeado de pessoas?

Eu amo ter momentos sozinho em casa, com o meu processo, mas adoro esses momentos com a galera no estúdio, acho que flui muito as ideias.

7. Você se considera um produtor musical, que flutua entre diversos gêneros. Como funciona essa escolha ou preferência de elementos específicos, como timbres, texturas, subgêneros, instrumentos e participações para certo projeto?

Tento visualizar sempre antes do processo começar onde quero chegar. Acho que isso facilita o processo das coisas.

8. Para mim, uma das coisas que te destaca como produtor é sua escolha de timbres. Como é o processo para chegar neles? Isso é algo mais espontâneo e de feeling ou você já enxerga o som que você quer e manipula os instrumentos para atingi-los?

Eu gosto de ter momentos de deixar essas escolhas mais livres. Uso na produção os instrumentos e objetos ou samples que estão no meu dia dia. Por exemplo, sampleei muito vídeo que eu via no tiktok. Mas também gosto de planejar exatamente os timbres que quero usar em músicas específicas.

9. Como você está sendo recebido pelo público internacional, visto que está em turnê pela Europa há uns dias? Sente que para eles, sua sonoridade é diferente e única do que se acha lá fora?

Acho que é uma ótima oportunidade de levar sons de pessoas próximas e que admiro no Brasil. Toda vez que toco um som meu ou de alguma pessoa do Brasil, a galera aqui ama muito!

10. Sua lista de colaborações é imensa. Mas, se fosse para escolher 3 nomes com os quais ainda não trabalhou, quais seriam? E por quê?

Pergunta difícil, eu poderia falar aqui uma lista com mais de 100 nomes que ocupam a mesma posição na minha lista de desejos. Mas acho que três pessoas que gostaria muito de fazer algo nesse momento são: Arthur Verocai, Kelela e Matuê. Sim, elas ocupam lugares muito diferentes no cenário musical, mas cada uma delas me pegam de jeitos diferentes e incríveis.

11. O que podemos esperar de futuros projetos, sonoridades, texturas? Quais são suas expectativas para esse ano e o próximo?

Eu estou planejando alguns singles pra esse ano e até um EP. Quero fazer coisas diferentes e talvez resgatando um pouco da minha origem de quando eu comecei. Chega de álbum por esse ano. Ano que vem, quem sabe?!

Créditos gerais:

Direção Criativa @lucasokuda
Fotografia @rvwoz
Prod. Executiva @kitofuu
Ass. Direção @___anabia___
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Edição: @rvwoz
Research @jumontanhaa
Styling @saraiva.gabriel_
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Produção: @jumontanhaa
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Agradecimentos: @clarawatanabe @aaacaso.ooo @kevinkinno @ressumbrar

Créditos capa:

Artista: @carlosdocomplexo
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