A stylist e produtora de moda é nascida em Goiânia, mas foi em São Paulo que se encontrou no meio fashion. Ainda cursando a faculdade, Melina já tem vários trabalhos realizados para marcas e revistas – e conta que desde pequena sua inspiração vinha das pilhas de revistas que tinha em casa.
Conversamos com Melina sobre seu processo criativo, suas inspirações e referências e, sobretudo, sobre o meio da moda. Confira abaixo:
1. Você pode nos contar sobre alguns dos trabalhos mais recentes que realizou? Algum projeto em especial que se destaque?
Recentemente venho fazendo vários trabalhos autorais com profissionais que admiro muito. É muito bom quando as ideias se complementam e formam algo especial. Daqui um tempinho veremos o resultado de um projeto super especial com meu amigo e fotógrafo João Almeida.
2. Como você seleciona as marcas e os designers com quem colabora?
Sempre busco por marcas nacionais pequenas que não tiveram tanta visibilidade ainda, nós temos inúmeros artistas brasileiros incríveis que não tem o reconhecimento. Gosto muito de procurar por trabalhos de estudantes de moda em minha volta também.
3. Qual foi o projeto mais desafiador que você já enfrentou e como você o superou?
Sinto que no início, tudo foi muito desafiador para mim. Eu entrei no mercado muito despreparada, logo que iniciei a faculdade, mas foram coisas que depois vi que só iria aprender na prática do trabalho.
4. Como é o seu processo criativo ao criar looks para editoriais ou clientes específicos?
Pra mim o processo criativo é algo constante, não sei quando começou e não sei quando vai acabar. Tudo que vejo e vivo vira referência, então gosto sempre de anotar e tirar foto de tudo que gosto. Quando tenho um editorial, junto as referências que fazem sentido e vou criando, muitas vezes só tenho algo na cabeça e vou desenhando, escrevendo, colocando setas até conseguir consolidar uma ideia que as outras pessoas vão entender, minha cabeça está sempre a mil.
5. Quais são suas principais fontes de inspiração ao montar um styling?
Minha família sempre foi uma grande referência de estilo para mim, desde os looks que minha avó usava nos anos 70 até o que minha mãe usava nos anos 90. Sempre olho ao meu redor também, qualquer coisa pode virar fonte de inspiração.
6. Você tem algum ícone de moda ou stylist que admire e que influencia seu trabalho?
Eu decidi que ia fazer faculdade de moda depois que assisti o desfile VOSS de Alexander McQueen – ele vai ser para sempre minha maior influência, por ser alguém que inovou tanto.
7. Houve algum momento ou feedback de um cliente que foi especialmente gratificante para você?
Sim! O melhor feedback é quando o cliente diz que o trabalho não daria certo sem você, nesses momentos penso que tá valendo tudo a pena!
8. Você já teve que lidar com alguma crítica ou feedback negativo? Como lidou com isso?
No início foram várias decepções que não estava preparada, foi muito difícil pela parte de relacionamento direto com o cliente, mas são situações inevitáveis que aprendi a lidar com o tempo mesmo.
9. Quais são seus objetivos e aspirações para os próximos anos na sua carreira como stylist?
Meu principal objetivo é conseguir transmitir minha visão criativa para o mundo, mostrar um pouquinho do que passa na minha cabeça. Além disso, desde criança era apaixonada por revistas, é algo de família, e eu quero estar cada vez mais focada nisso!
10. Existe algum tipo de projeto ou colaboração que você ainda não fez, mas gostaria de realizar no futuro?
Tenho muita vontade de me aventurar no mundo das jóias. Desde que fiz aulas de design de jóias não paro de pensar nisso, eu sempre amei trabalhos manuais e foi algo que me apaixonei.
11. O que você espera ver mais na indústria da moda nos próximos anos?
Que pessoas jovens tenham oportunidade de entrar no mercado! O mundo da moda é muito fechado, deixando de fora gente com muito potencial, nós temos mentes brilhantes com ideias novas por toda parte no Brasil.
12. Desde a infância, você já sentia a paixão pela moda ou foi algo que se acendeu ao longo da vida?
A paixão pela moda sempre esteve comigo, quando criança minha mãe sempre mandava fazer minhas roupinhas como ela queria, mas na maioria das vezes eu não gostava e escolhia minha própria roupa. Lembro que quando tinha festa junina, eu nunca queria alugar o vestido pra quadrilha que achava chato, sempre queria ir de camisa xadrez e partir dai. Quando tinha uns 6 anos, fui de camisa xadrez, uma saia de camurça e fiz várias flores de papel crepom para colocar nela, com uma botina claaaro.
13. Sabemos que suas raízes não estão em São Paulo, mas em Goiânia. Durante essa transição, houve algum receio de desbravar um novo horizonte?
Vir para São Paulo era um sonho muito grande, e não via a hora de vir logo. Fiz conclusão de ensino médio antes da hora só para acelerar as coisas e tudo correu melhor do que sempre sonhei. Goiânia virou para mim um lugar de descanso para matar a saudade e lembrar de como as coisas eram antes do caos do mundo da moda.
14. Ao chegar aqui, alguma influência ou acontecimento reafirmou que você estava trilhando o caminho correto?
Me encontrei quando comecei a trabalhar com produção de moda para revistas. Minha casa sempre teve pilhas e pilhas de revistas, e fazer parte disso foi algo que nunca imaginei. Em casa nós tínhamos pastas com páginas de revistas recortadas com tudo que minha mãe gostava, era nosso “Pinterest” – sempre que queríamos uma roupa nova, íamos direto na pastinha para inspiração.
15. Além da sua trajetória profissional, há algum hobby ou atividade você gosta de fazer em seus momentos de lazer?
Sempre tive uma paixão por trabalhos manuais, quanto mais complexos melhor. Hoje, tenho a sorte de conseguir unir isso ao meu trabalho, fazer meus próprios acessórios, cerâmica, quadros, arranjos, para tudo ter minha carinha! Mas, quando to cansada de tudo isso só um filme de terror psicológico pra me relaxar, mas tem que ser aqueles que deixam até com ansiedade.
