CITY RUNNERS: novos ares, corridas e parcerias

A crew de corrida, idealizada por Fleezus ainda em 2021, agora é reativada e anuncia patrocínio da Nike Running. O projeto foi uma válvula de escape para melhoria de questões como saúde mental e física – que começou na época da pandemia -, além de proporcionar um espaço coletivo de conexão. Com uma frequência de corridas uma vez por mês, às quintas-feiras, com rotas fixas e alternativas de 4 ou 7km e treinos esporádicos, o centro da cidade é explorado e eventos serão promovidos.

Agora, os participantes trazem um novo ponto de vista da conexão entre o esporte e a cultura urbana. Conversamos um pouco mais sobre toda essa movimentação, saúde, coletividade e corrida num geral com a crew. Confira abaixo:

Como a ideia de correr coletivamente com amigos impactou sua motivação e comprometimento com o esporte?

“Tudo começou na pandemia, quando eu senti a necessidade de começar a correr porque é um esporte que você pode fazer individual, né? Você coloca o seu fone de ouvido, você vai correr e e isso vai te trazer retorno. E o meu camarada entrou nessa mesma onda no mesmo período que eu de começar a correr. Isso foi em meados de 2020 para 2021 – a pandemia ainda tava muito forte. A gente resolveu correr pela quebrada, começando a ir numa quadrinha perto de casa. Com o passar do tempo foi motivando uma galera que também tinha interesse por corrida, mas de certa forma não se sentia à vontade pra correr, até por questões de não alcançar certa quilometragem, no caso, os famosos 5km. Mas, conforme foi passando o tempo, os meus amigos mais próximos foram se encorajando a começarem a participar de corrida e a correrem sozinhos. Meu Instagram, no período, foi fundamental também pra motivar a galera a começar a correr. Hoje o que eu faço é propagar o coletivo, pensando no modo macro.” – Fleezus, rapper

Como a corrida influenciou positivamente sua saúde mental e física desde que você se juntou à crew?

“A corrida no período da pandemia teve um papel fundamental na minha saúde mental e física, porque a pandemia impossibilitou a gente de praticar esportes coletivos. E a corrida foi o único esporte que eu consegui enxergar uma melhora pra minha saúde mental e física e começou com uma necessidade: eu precisava praticar algum exercício. Academia não podia ir, futebol não podia ir, apesar de eu gostar muito de futebol e o único esporte que eu enxergava que eu poderia ter minha saúde mental em dia era a corrida. Então começou com uma necessidade mesmo com uma necessidade, e depois eu passei a gostar mais do esporte, comecei a praticar mais e mesmo depois da pandemia, eu continuei correndo e praticando, dei uma parada, óbvio. Que depois que o Léo que é esse meu amigo do começo foi fazer outras coisas, eu também dei uma parada, mas eu continuei com o futebol, mas retomei agora e retomei pra retomar o que eu sempre quis fazer quando eu comecei a correr com o Léo, que era montar esse coletivo que é o City Runners. Ter as pessoas próximas da gente correndo junto e ter uma ideia de ocupar a cidade de uma forma resignificativa, que é trazer um olhar diferente pras pessoas que é tipo: “Eu passo aqui trabalhando e tô passando aqui correndo e cuidando da minha saúde mental e física. Passo aqui no centro fazendo tal coisa e hoje eu tô correndo por aqui”. Então ressignificar alguns locais, alguns lugares da cidade – é o papel fundamental pra mim. Também tem o papel também cultural, o papel social, que é muito importante. Abranger pra além da corrida, ter esse papel de acolher as pessoas e deixar claro que todas as pessoas são bem-vindas, independente de credo, independente de qualquer coisa, elas vão ser bem-vindas dentro do nosso coletivo. Então esse foi o passo que eu quis dar e que o coletivo tá tem me ajudado a dar.” – Fleezus, rapper

Você acredita que a ênfase atual na saúde e no esporte está mudando a percepção da corrida como um hobby ou atividade física? Como isso se reflete em sua experiência pessoal?

‘’Acredito que essa ênfase no esporte veio a tona nesse período pós pandemia, onde a busca por liberdade por saúde e qualidade de vida aumentaram bastante, o pedal e a corrida urbana, hoje está em alta no mundo todo. Pessoalmente falando, a corrida está sendo muito importante pra mim, pois me conectou com pessoas interessantes e além de me ajudar no meu estado físico e mental, me ensinou a lidar com as dores e desafios.’’ – Rudgieri, stylist e diretor criativo

Como você vê o papel da Nike, uma marca globalmente reconhecida, no apoio e incentivo a iniciativas como o City Runners?

‘’Nem nos meus sonhos eu imaginava que uma marca como a Nike apoiaria o nosso coletivo, que é um grupo de amigos incentivando outras pessoas que vivem o mesmo estilo de vida a correrem pelas ruas do centro. Se a Nike enxergou isso como o futuro da corrida, significa que estamos no corre certo. E eu acho isso um papel social importante concedido pela marca.’’ – Rudgieri, stylist e diretor criativo

Como a cultura urbana e sua relação com a música, moda e criatividade é refletida nas rotas de corrida e na escolha dos locais para os eventos da crew?

‘’A maioria das pessoas que praticam corridas com a crew tem alguma relação com arte e quem não tem uma relação direta curte muito as mesmas coisas. Acho que isso foi o mais legal pra mim, a mistura entre o esporte e o estilo de vida. Sem falar que está sendo incrível redescobrir o centro a partir da corrida. Acabo criando uma nova percepção de lugares pelos quais já passei e também conhecendo novos lugares com visuais incríveis.’’ – Fernanda Balieiro, fundadora e designer de joias da Balieiros

E por último, mas não menos importante, por quê correr?

‘’Comecei a correr já tem uns 3 anos e decidi iniciar nesse esporte porque não precisava de muito para a prática. Inicialmente eu poderia fazer sozinha, na rua ou no parque perto de casa e não precisaria pagar um lugar pra isso ou alguém pra me ensinar a correr até porque é um esporte muito intuitivo. Quando surgiu a possibilidade de correr com outras pessoas e especialmente com amigos ficou melhor ainda. A corrida é democrática, o principal é ter a vontade de começar.’’ – Fernanda Balieiro, fundadora e designer de joias da Balieiros

Fotos por @mauvistto

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