Passaporte Cheio: o novo single de Sain

Oct 28, 2025

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Após anos construindo sua trajetória no Rio de Janeiro, Sain segue explorando referências locais e desenvolvendo seu estilo único, transformando suas experiências em música. Produzido por Ecologyk, o single marca o início de uma nova fase na sua carreira, trazendo uma sonoridade mista porém madura e confiante.

O clipe, filmado entre Paris e Rio, traduz dois estados de espírito. O Rio representa sua cidade natal, onde cresceu, aprendeu, criou e começou a se conectar com a realidade do dia a dia. Paris, por outro lado, simboliza sonho, arte e inspiração.

Essa fase também celebra sua relação com a New Era Brasil, da qual Sain é embaixador, unindo estilo pessoal e alcance global. “Passaporte Cheio” é um single que marca o recomeço de um ciclo, e fala sobre progresso, autoconhecimento, pertencimento e reinvenção.

Entrevistamos o artista sobre a produção do single, os bastidores do clipe e sua expectativa para essa nova fase da carreira. Confira a matéria completa abaixo:

NOTTHESAMO: “Passaporte Cheio” soa como uma síntese entre o que te formou no Catete e o que você tem vivido agora, rodando o mundo. O que mudou na sua forma de olhar pra “casa” depois dessas viagens?

Sain: Engraçado isso, né? Que antes de viajar, antes de conhecer as coisas mesmo, o Catete era o mundo. De Santo Amaro até a Praia do Flamengo era tudo que eu conhecia. E depois de conhecer o mundo, foi maneiro também ver o quanto que aquele pedaço ali me moldou, sacou? Poder enxergar aquilo ali com mais clareza também, sabe? Com carinho da área de onde eu vim, poder representar aquilo no mundo.

NTS: Sobre a parceria com o Ecologyk — o que te atraiu nesse som e por que ele fazia sentido pra abrir esse novo ciclo?

S: Eu gosto muito do som do Eco, acho que ele tem bastante referência e isso influencia bastante pra nossa conversa quando estamos fazendo música. E eu queria uma parada justamente diferente do que eu faço. Ir pra outros caminhos, assim, até um pouco mais pop. Eu achei que o Eco encaixaria nessa visão. Essa conversa funcionaria com ele.

NTS: O clipe mistura o Rio e Paris, mas parece que mais do que locações, são dois estados de espírito. O que cada cidade representa dentro dessa fase da sua vida?

S: Cara, o Rio é onde eu cresci, onde eu aprendi a criar, onde eu aprendi a sobreviver. E Paris é uma cidade que eu sempre sonhei de conhecer. Onde a arte anda pelas ruas e tem toda aquela mágica. Eu gosto de jogar com essa dualidade também. Não que Paris seja um lugar bom e Rio seja um lugar ruim, mas... Brincar com isso assim é interessante também.

NTS: Você sempre foi reconhecido pelo controle do flow e pela calma na entrega. Nesse som, dá pra sentir mais leveza e confiança — o que você acha que esse “maturar” trouxe pro seu som?

S: Eu acho que a maturidade me trouxe confiança, na verdade. E consequentemente essa confiança me trouxe uma leveza para conseguir me expressar melhor e concluir minhas ideias também.

NTS: A presença da New Era é sutil, mas simbólica — uma marca global dentro de um contexto muito pessoal. Como surgiu essa parceria e o que ela representa pra você nesse momento?

S: A New Era sempre fez parte do meu imaginário ali, né? Da estética, do rap. E consolidar essa parceria, para mim, é lindo. É um sonho de criança sendo realizado. É uma validação do meu trabalho. É uma felicidade.

NTS: Você sempre fala de progresso, disciplina e pertencimento. O que o “Passaporte Cheio” significa pra você hoje — é sobre sucesso, sobre reconhecimento ou autoconhecimento?

S: A história é sobre sucesso, autoconhecimento, sobre reconhecimento, sobre tudo isso. Mas é mais sobre narrar a minha vida mesmo. Contar o meu caminho. E aí essa reflexão vem em cima disso.

NTS: Tem uma sensação de recomeço nesse lançamento. O que você quer construir a partir daqui? O que esse novo ciclo representa artisticamente e pessoalmente?

S: Tem uma sensação de recomeço, mas eu acho que tudo que eu faço tem uma sensação de recomeço, porque é a minha vontade de me manter interessado. E de me manter interessante também. Acho que a arte pra mim é isso: sempre vai ser um novo começo, eu nunca vou refazer o que eu já fiz. Eu vou sempre estar buscando novos caminhos, novos pontos de vista. Acho que é assim que eu gosto de fazer.

NTS: Vocês filmaram em dois lugares com atmosferas completamente diferentes. Como foi traduzir essa dualidade dentro da estética do clipe?

Josh: Acredito que Paris e Rio têm energias similares que se complementam. Em Paris, queríamos capturar essa rigidez elegante, o frio do concreto e a estética quase cinematográfica da cidade, uma atmosfera gastronômica entre vinho naturais e boas refeições. É algo natural que vivenciamos e queríamos registrar, momentos especiais junto ao Clovis, Freddie Gibbs e Maxime. Já no Rio, queríamos transmitir um pouco desse visual Nova York anos 90 misturado com o dia a dia do Sain. Essa mistura criou uma tensão interessante: o luxo e a rua, o controle e a espontaneidade. O resultado é um visual que transita entre dois mundos, refletindo a dualidade do próprio artista e da música.

NTS: O Sain é um artista muito visual, com um universo já estabelecido. Como é filmar alguém que vocês conhecem tão bem e ainda assim conseguir mostrar um novo ângulo dele?

Josh: Sain é meu irmão. Trabalhar com ele sempre é foda. Ficamos um tempo sem se ver e na volta é como revisitar um território conhecido que está sempre se transformando, referências novas, linguagens novas, isso é daora. Já entendo a linguagem dele, mas o desafio é justamente ir além do que já foi dito. Nesse clipe, tentamos desconstruir algumas camadas da persona dele, mostrar o Sain e sua essência. Criamos momentos de vulnerabilidade visual, gestos pequenos, olhares, sem perder o peso estético que ele carrega naturalmente. Foi sobre encontrar o novo dentro do familiar. Eu trouxe o Iago pra somar comigo, um irmão de longa data que eu sabia que ia trazer um olhar novo que agregaria no projeto.

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