Finalmente o Grammy Awards está abandonando a categoria "Urbana" de suas premiações

Com questões raciais ganhando força na internet e nas ruas nas últimas semanas, muitas empresas vem sendo cobradas a se reconciliarem com políticas controversas e assuntos que englobam essas discussões começaram a ser repensados.

Caminhando para sua 63ª cerimônia, alguns termos utilizados nas categorias da premiação serão reformulados.
A categoria "Melhor Álbum Urbano Contemporâneo" nascida em 2013 e originária da musica negra, passará a ser chamada de "Melhor Álbum de R&B Progressivo", isso porque o termo "Urbano" usado pela acadêmia vem sendo alvo de críticas e controvérsias no meio.

Em Janeiro, Tyler, the Creator ganhador do melhor álbum de rap em 2019 criticou a definição da categoria:

"Não gosto da palavra 'Urbana' - É apenas uma maneira politicamente correta de dizer a palavra 'N' para mim. Porque não podemos simplesmente estar no Pop?"

Imagem: Frederic J. Brown / AFP

"É péssimo que sempre que nós, e eu quero dizer caras que se parecem comigo, fazemos alguma coisa que transcende gêneros ou coisa assim, eles sempre colocam em alguma categoria urbana ou de rap"

A categoria premia álbuns que contenham pelo menos 51% do tempo de reprodução com vocais progressivos derivados do R&B anexados de elementos e amostras de outros gêneros como Rap, Hip-hop, Dance, música eletrônica e Pop. Entre seus premiados, já tivemos Frank Ocean, Rihanna, Pharrell, Beyoncé e The Weeknd, o vencedor mais recente é a cantora Lizzo, que recebeu o prêmio por seu álbum Cuz I Love You, também nomeado entre os melhores álbuns do ano em 2019.

Como parte de seu "compromisso de evoluir com o cenário musical" e com intuito de "remover uma palavra problemática de uma categoria popular e conduzir isso a um entendimento mais inclusivo daqui pra frente" essa é uma entre outras mudanças que foram anunciadas na semana passada pela organização em questão de terminologia.

Em resumo, as críticas também são uma provocação para com resistência da organização em incluir artistas negros em outros gêneros. A mudança, ainda que não tão grande e insuficiente, é um passo a frente para a comunidade negra e uma possível reformulação na estrutura da premiação mostrando o quanto instituições, empresas e organizações deveriam estar dispostas a mudar seguindo as vozes da população.