Marta Minujín ganha exposição na Pinacoteca de São Paulo

31 de jul. de 2023

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Marta Minujín se transformou em um grande fenômeno ainda nos primeiros anos de carreira, na década de 1960. Ao longo da carreira, a artista se tornou a embaixadora do movimento pop na Argentina, o que envolveu interpretar essas vertentes internacionais com referências portenhas. Nascida em Buenos Aires, em 1943, ela alcançou grande consagração no país e também internacionalmente. Embora tenha se identificado com o rótulo da arte pop, sua produção possui um caráter multidisciplinar, combinando aspectos da arte pop com o happening e a arte conceitual.

Minujín produz arte incansavelmente até os dias de hoje, transitando entre diversas linguagens, escalas, circuitos artísticos e sociais. Ela transita entre o novo realismo, pop art, conceitualismos, arte pública e multimeios.

A exposição conta com videoinstalações e fotoperformances, como a El pago de la deuda externa argentina con maíz (1985). Um inflável de 17 metros, a Escultura de los deseos  (2022), foi montada no estacionamento da Pinacoteca, para anunciar os trabalhos da artista.

A exposição fica aberta ao público até 28.01 do próximo ano, conta com curadoria de Ana Maria Maia e ocupa as sete salas do primeiro andar da Pinacoteca Luz, tendo como fio condutor a contribuição da artista para uma vanguarda que pensa a América Latina em termos micro e macropolíticos.

Estão expostas mais de cem obras, de 1963 até o presente, como o icônico El batacazo, criado em 1965. Além de trabalhos como Galeria Blanda (1973) e La caída de los mitos universales (1978-), entre outros.

Nascida em Buenos Aires, Minujín é uma das principais artistas conceituais e da performance na América Latina. Uma de suas obras mais conhecidas, Parthenon de Livros (1983), é uma reprodução do Parthenon de Atenas construída com livros.

No contexto político da década de 1970, a proliferação de ditaduras militares pela América Latina levou Minujín a práticas artísticas voltadas para a conscientização de uma realidade sociopolítica e um projeto de integração entre os países da região. O trabalho mais emblemático da artista nesse sentido foi Comunicando con tierra (1976), remontado para esta exposição, nela há o Nido de hornero, instalação com a forma de um ninho de joão-de-barro gigante.

A obra El Batacazo, de 1965, foi recriada especialmente para a Pinacoteca. Nela, ícones da mídia conduzem o(a) visitante, que passa por jogadores de futebol do Brasil e Argentina, sobe escadas encontrando playboys e cosmonautas e desce um escorregador para cair em uma boneca inflável com o formato do rosto da atriz italiana Virna Lisi.

A exposição na Pinacoteca de São Paulo é aberta ao público até o dia 28/01 de 2024.