Marta Minujín ganha exposição na Pinacoteca de São Paulo
Marta Minujín se transformou em um grande fenômeno ainda nos primeiros anos de carreira, na década de 1960. Ao longo da carreira, a artista se tornou a embaixadora do movimento pop na Argentina, o que envolveu interpretar essas vertentes internacionais com referências portenhas. Nascida em Buenos Aires, em 1943, ela alcançou grande consagração no país e também internacionalmente. Embora tenha se identificado com o rótulo da arte pop, sua produção possui um caráter multidisciplinar, combinando aspectos da arte pop com o happening e a arte conceitual.
Minujín produz arte incansavelmente até os dias de hoje, transitando entre diversas linguagens, escalas, circuitos artísticos e sociais. Ela transita entre o novo realismo, pop art, conceitualismos, arte pública e multimeios.
A exposição conta com videoinstalações e fotoperformances, como a El pago de la deuda externa argentina con maíz (1985). Um inflável de 17 metros, a Escultura de los deseos (2022), foi montada no estacionamento da Pinacoteca, para anunciar os trabalhos da artista.
A exposição fica aberta ao público até 28.01 do próximo ano, conta com curadoria de Ana Maria Maia e ocupa as sete salas do primeiro andar da Pinacoteca Luz, tendo como fio condutor a contribuição da artista para uma vanguarda que pensa a América Latina em termos micro e macropolíticos.
Estão expostas mais de cem obras, de 1963 até o presente, como o icônico El batacazo, criado em 1965. Além de trabalhos como Galeria Blanda (1973) e La caída de los mitos universales (1978-), entre outros.
Nascida em Buenos Aires, Minujín é uma das principais artistas conceituais e da performance na América Latina. Uma de suas obras mais conhecidas, Parthenon de Livros (1983), é uma reprodução do Parthenon de Atenas construída com livros.
No contexto político da década de 1970, a proliferação de ditaduras militares pela América Latina levou Minujín a práticas artísticas voltadas para a conscientização de uma realidade sociopolítica e um projeto de integração entre os países da região. O trabalho mais emblemático da artista nesse sentido foi Comunicando con tierra (1976), remontado para esta exposição, nela há o Nido de hornero, instalação com a forma de um ninho de joão-de-barro gigante.
A obra El Batacazo, de 1965, foi recriada especialmente para a Pinacoteca. Nela, ícones da mídia conduzem o(a) visitante, que passa por jogadores de futebol do Brasil e Argentina, sobe escadas encontrando playboys e cosmonautas e desce um escorregador para cair em uma boneca inflável com o formato do rosto da atriz italiana Virna Lisi.
A exposição na Pinacoteca de São Paulo é aberta ao público até o dia 28/01 de 2024.