Moda, música e entretenimento: Coletivo Versus retoma atividades com novos objetivos e mesmo propósito
Quem estava presente na cena cultural paulistana em meados de 2015, já cruzou com o Coletivo Versus em algum evento, show ou ação. Atualmente formado por Jorge Barros, Thiago Berto, Thomas Uwande e Stephani Maurício, os membros se conheceram, como eles mesmos pontuam, com uma perfeita coincidência.
Foi em uma Escola Técnica Estadual que os membros fundadores se conheceram e, ali, nasceu o projeto e a amizade que os uniria por longos anos. Na época, São Paulo estava vivendo um grande boom na cena cultural independente e os integrantes, como parte ativa disso, começaram a fazer registros de tudo o que rolava para documentar aquele momento que eles já sentiam ser algo novo. E o que começou com pequenos registros, logo virou algo maior.
De festas à editoriais passando por colaborações ao lado de grandes nomes como Nike, Piet, KL Jay e RZO, a Versus se tornou uma plataforma de criação e desenvolvimento de conteúdo dentro do universo da moda, música, entretenimento e diversas outras vertentes de arte. O objetivo do coletivo se expressa no nome: Versus a todos os padrões. Padrões de como se vestir, como ser, como se expressar. Tudo isso a partir de um senso de coletividade que os conecta. “Versus é como um grito de revolta para toda padronização imposta pela sociedade para a juventude.” afirma Thiago Berto, co-fundador do coletivo.
O retorno do coletivo vem em novos formatos, mas mantendo o “estilo Versus” de criar experiências. O NOTTHESAMO bateu um papo com o coletivo para entender esse novo momento da VERSUS. Confira.
[NTS]: Como está sendo esse retorno de vocês nesse período "meio pós pandemia"?
[VERSUS]: A gente se organizou. Não estávamos ativos, no sentido de ter um projeto em andamento, mas a gente sempre tá junto, somos irmãos. Usamos esse tempo pra organizar as ideias e a vida particular. Voltar a colocar as coisas pra funcionar acarretaria um ímpeto maior por conta do distanciamento e proporções que as coisas tomaram nesse período. A pandemia nos deu vontade de criar. Então voltar agora que as coisas estão em processo de recomeço, faz total sentido. Além disso, pode-se dizer que aprendemos muito durante esse período fora da nossa “cena” analisando com um olhar mais de consumidor dos movimentos que continuaram e que surgiram ao longo desse tempo aqui em SP.
[NTS]: Qual foi o ponto principal na decisão do retorno de vocês para 2022?
[VERSUS]: Consequentemente a Versus nunca acabou. Nossos projetos, corres individuais e vida, tomaram nosso foco. Então acreditamos que a pandemia foi um hiato necessário para o retorno as atividades oficiais. Contrário ao princípio da inércia, o mundo parar alimentou nossa vontade de se movimentar juntos com efetividade e com quem realmente soma.
[NTS]: O que podemos aguardar da VERSUS para esse e os próximos anos? Mas prometam que não vão sumir ein kkkkk.
[VERSUS]: Kkkkk Não vamos… criamos coisas, temos ideias a todo momento. Ideias essas que confluem com o universo criativo o qual estamos inseridos e isso basicamente foi o que sempre manteve a chama da VERSUS acesa. Para essa nossa nova etapa, o foco é sermos o mais abrangente possível dentro do campo do entretenimento, mas claro que sem deixar de lado o que intitulamos de “Experiência VERSUS” que é a mistura da identificação que o público tem conosco e o gosto de “quero mais” que sempre deixamos nas entrelinhas de tudo que produzimos. Então acreditamos que vamos seguir criando em várias manifestações diferentes, produzindo.
[NTS]: Lembramos de muitos momentos em festas VERSUS todos muito bons. Algum em específico marcou vocês? Qual?
[VERSUS]: Vale cada um levantar um momento kkkkkk?
[NTS]: Vale muito!
[THOMAS]: A apresentação que fizemos no MIS para celebrar uma collab com a
Marca de joias Skull junto à Motorola. Evento com classe internacional, mas
ainda com o caos criador e predominante de nossas festas, pois não é a festa
em si, e sim as pessoas que lá estão.
[STEPHANI]: Pra mim no bar de cima, na Oscar freire. Saiu do controle kkkk. Mas
foi um dia muito genuíno, as pessoas VIVERAM aquele dia. Muita gente ficou
pra fora, arquitetos tiveram que vir no dia seguindo conferir se estrutura da casa
estava ok. Foi insano.
[JORGE]: Existiram vários momentos mas acho que quando fizemos a V$hit na Favela do Sapo com a Tracie e Tasha tocando no line-up, foi um evento onde vários nichos se misturaram, tinha a galera gringa da revista i-D, o pessoal que era morador e já conhecia as meninas, tinham as pessoas que ja acompanhavam nossas festas e mesmo assim todos se identificavam de uma certa forma e curtiram até o fim aquele rolê que foi memorável.
[THIAGO]: Já aconteceu muita coisa marcante nas festas da VERSUS, mas eu
particularmente gosto de lembrar das situações engraçadas! Uma das mais
cômicas e inusitadas que eu vivi até hoje foi numa festa no extinto bar secreto
do grupo Chez (mesmo dono do bar de cima). Durante meu Dj Set por volta de
umas 3:30 da madrugada surge do nada ninguém mais ninguém menos do que
Érick Jacquin. Sim! O jurado do master chef, apareceu no meio da pista do nada,
bêbadaço tirou foto com todo mundo, me parabenizou pelo meu set mas disse
que faltava um pouco de “tompero”. Essa foi uma das coisas mais aleatórias que
eu vivi na vida kkkkkkkkk
[NTS]: VERSUS x NOTTHESAMO esse ano, sugestões? kk
[VERSUS]: Gostamos da ideia de festivais, inclusive estamos trabalhando pra que
aconteça algo do gênero. Comida, moda, música, artes e empreendedorismo juntamente com promoção de debates e até mesmo workshops. Todos esses “universus” juntos. A gente sente há um tempo a necessidade de promover algo que vá além da experiencia e das nuances que possam acontecer em uma festa. Festas são para celebrar vitórias e nunca as deixaremos de lado, mas é necessário alimentar a cultura com algo que sirva de base para a promoção de uma melhora no cenário artístico e cultural. E a gente acredita muito que juntos podemos criar essa estrutura. Vamo nessa NTS?
NTS]: Bora!