O crescimento do universo dos relógios

28 de jul. de 2025

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O crescimento do número de pessoas interessadas em relojoaria vem chamando a atenção do mercado. É notável a quantidade de páginas e grupos surgindo para comentar sobre o assunto, seja em vendas ou na produção de conteúdo explicativo desse universo. Considerado um “hobby caro” (e realmente é), é fácil se perder quando não há informações suficientes, o acesso aos itens é limitado e os termos técnicos acabam afastando quem está começando.

Resolvi escrever sobre isso porque tem sido um dos meus hobbies favoritos — e também de amigos próximos. Compartilho aqui uma lista com informações que vão desde onde encontrar seu primeiro relógio com segurança até curiosidades históricas da relojoaria.

PREÇO: É UM HOBBY CARO?

Na minha visão, sim. Quando você se aprofunda no universo dos relógios, ele inevitavelmente se torna mais caro — como qualquer outro hobby. Por exemplo: você começa a gostar de tênis e inicia com um Air Force 1. Aos poucos, entende mais sobre as histórias, colaborações e revendas, e quando percebe, o Air Jordan 1 Chicago já está na sua wishlist, ou outro “grail” igualmente caro. Entende?

Mas como em todos os nichos, há qualidade e história em diferentes faixas de preço. E nos relógios não é diferente. Por isso, começo com algumas marcas ideais para o primeiro contato — e onde encontrar modelos com 100% de confiabilidade.

Marcas como Orient, G-Shock e Casio oferecem design e qualidade por menos de mil reais — acessíveis, considerando os altos valores do segmento. Já Seiko, Bulova e Timex também são respeitadas e entregam ótimos modelos por até dois mil reais. Todas essas marcas estão disponíveis na Relojoaria Impala, que atua no setor há 50 anos.

“O que me inspira todos os dias é saber que, através da Impala, conseguimos fazer parte de momentos importantes na vida das pessoas. Ver um cliente realizando o sonho de ter seu primeiro relógio ou presenteando alguém especial,  é algo que motiva muito, além da capacidade que um relógio tem de se tornar um legado dentro de uma família. E o que mais me encanta nessa indústria é a riqueza de história, tradição e tecnologia que o mercado nacional de relojoaria carrega, além do potencial de crescimento que vemos no Brasil, com consumidores cada vez mais exigentes e apaixonados por relógios".

— Renan Távore, curador da Impala. 

ESTOU NA BUSCA DE ALGO MAIS RARO: VINTAGE

Ok, você chegou em uma categoria que eu particularmente gosto muito: os vintages. Além do crescimento da relojoaria como um todo, os relógios antigos têm ganhado grande destaque. Além de peças clássicas e raras de marcas renomadas, é aqui que, na minha opinião, mais se mergulha em história e conhecimento. Você descobre marcas que nunca teria conhecido em lojas convencionais, aprende sobre técnicas de fabricação e valoriza detalhes esquecidos pelo tempo.

Mas onde encontrar? Dois lugares excelentes com curadoria especializada e peças para diferentes orçamentos são a IVUW e a Galeria Perpétua. Ambos possuem uma curadoria impecável, e que você provavelmente já salvou em alguma pasta do Instagram. Modelos de marcas como Rolex, Cartier, Universal Genève, Omega, Audemars Piguet, Vacheron Constantin e Piaget aparecem com frequência.

“O que me inspirou a começar a Galeria Perpétua foi descobrir, com um grande amigo, Seu Jairo, que relógios são artefatos complexos com valor emocional, cultural e histórico. Saber que um bom relógio pode durar mais de 100 anos só dando as horas foi um choque mental. Desde então, dedico 100% do meu tempo a estudar, viajar, comprar e vender relógios. O que mais me encanta são as marcas que produzem há mais de um século um único produto que, se bem cuidado, nunca quebra. Confiar no que vendo me dá segurança em todos os âmbitos da vida. Hoje, minha pesquisa está voltada aos novos players, como Statera, Beaubleu, Ikepod e Serica, que são e serão cada vez mais importantes para a indústria.” diz Hugo Fenelon, criador da Galeria Perpétua.

“Sempre fui alguém que se expressou com objetos e estilo, sou básico, mas amo itens de diferenciação desde pequeno. Descobri os relógios ainda criança mexendo nos objetos deixados pelo meu avô. Após a pandemia tive que parar de mexer em motos e carros, precisei enxugar custos. Tava sentindo falta de ter um “trabalho” onde pudesse me expressar e mostrar um pouco de quem sou! Os relógios eram uma possibilidade, comecei pequeno vendendo peças minhas revisadas e autenticadas, da sala de casa. Chegando em dois anos, hoje temos mais de 6k clientes ativos, muitas peças legais vendidas e um senso de comunidade que é movido pela paixão a horologia, a história e ao estilo". Higor Lopes, criador da IVUW.

HISTÓRIAS ICÔNICAS DO SEGMENTO

Não, não vamos começar com Rolex e Cartier. Mas algumas curiosidades de marcas que você com certeza já conhece (e deseja): Bvlgari, Breitling e Jaeger-LeCoultre.

Bvlgari

Você sabia que o relógio mecânico mais fino do mundo foi desenvolvido pela Bvlgari? O Octo Finissimo Ultra, lançado em 2022, tem apenas 1,80 mm de espessura. Uma verdadeira obra de engenharia.

Breitling

A Breitling foi a primeira marca a produzir um cronógrafo de pulso com botões independentes, em 1934. Antes disso, os cronógrafos usavam a coroa para iniciar/parar e zerar o cronômetro. A marca suíça inovou ao separar essas funções — algo que se tornou o padrão nos cronógrafos modernos.

Jaeger-LeCoultre

Um grande clássico: o Reverso, criado em 1931, foi o primeiro relógio com caixa reversível. Desenvolvido especialmente para proteger o vidro durante partidas de polo, tornou-se um dos designs mais icônicos da história da relojoaria.

CONTEÚDO EDUCATIVO

Com um podcast sobre o tema e vídeos sobre curiosidades, lançamentos e dicas de compras, o Bernardo Britto Entusiasta entrega um conteúdo educativo e de alta qualidade sobre o universo da relojoaria. Tive o prazer de participar de um dos papos com ele, onde contei um pouco sobre como dei início a esse caminho — sem volta — no mundo dos relógios.

A verdade é que os relógios não são apenas ferramentas para medir o tempo. São objetos de desejo, de herança, de conquista pessoal. Além de um ótimo acessório que viaja por gerações. Eles contam histórias — e às vezes, até nos fazem esquecer do relógio no celular (bem às vezes). Se você está começando agora, meu conselho é simples: vá com calma, estude, observe, pergunte. Quando você olhar para o pulso e enxergar mais do que as horas, já era — você entrou de vez no universo da relojoaria.

ceo/creative director

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