PINKPANTHERESS, a nova voz da cultura britânica

5 de dez. de 2025

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Emergindo como uma voz singular da música pop atual, PinkPantheress vem conquistando seu espaço ao transformar aspectos nostálgicos em linguagem. Num mix de passado e o futuro, batidas de UK garage, drum & bass, além de referências do início dos anos 2000, a artista se consolida como um dos nomes originais da nova geração.

Nesta matéria, revisitamos sua trajetória desde os primeiros experimentos até o momento atual, marcado por colaborações com artistas brasileiros e uma presença marcante na cultura pop e alternativa. Confira abaixo:

Nascida Victoria Beverley Walker, em Bath, no Reino Unido, PinkPantheress começou a se aproximar da música ainda na adolescência, tocando em bandas de covers de rock e escrevendo suas próprias composições. Durante os anos de faculdade, encontrou no GarageBand e nas redes sociais um laboratório criativo, produzindo faixas em seu próprio quarto e compartilhando fragmentos no TikTok e SoundCloud.

Essa estética “caseira” de certa forma, rapidamente chamou atenção. Com o single “Break It Off”, ela viralizou em 2021 e abriu caminho para sua mixtape de estreia, "To Hell With It”, lançada no mesmo ano. A obra consolidou a essência do seu som, com faixas com menos de três minutos, com samples e melodias que equilibram melancolia e nostalgia dentre as pistas.

Ela é o resultado de uma fusão entre o UK garage, o 2-step e o drum & bass, gêneros que marcaram a cena britânica dos anos 1990 e 2000. Seu uso de samples, como em “Pain”, que reaproveita o hit “Flowers” de Sweet Female Attitude, destaca a essência nostálgica da música com toque moderno.

No visual, o diálogo da artista é diretamente ligado na estética Y2K, o universo bedroom pop e o estilo DIY. Após a repercussão de seus primeiros trabalhos, PinkPantheress atingiu outro patamar com o lançamento de seu primeiro álbum de estúdio, Heaven Knows (2023). O disco ampliou ainda mais seu repertório e trouxe faixas mais maduras e coesas, sem perder a essência que a consagrou.

Em seguida, vieram hits como: “Boy’s a Liar, Pt. 2”, em parceria com Ice Spice, que a projetou para o público global e conquistou espaço dentre o streaming. Em 2025, PinkPantheress deu mais um passo em direção à expansão global com o álbum de remixes Fancy Some More?, lançado em 10 de outubro. O projeto reúne participações de artistas de diferentes países e evidenciou uma nova fase da cantora: mais colaborativa, diversa e conectada ao cenário musical internacional. Entre os destaques, estão as colaborações com artistas nacionais como: Anitta, Mochakk e DJ Caio Prince, que representam diferentes vertentes da música brasileira contemporânea — do pop ao eletrônico underground.

Na faixa “Illegal (Remix)”, a parceria com Anitta se destaca pela fusão entre o pop alternativo britânico e o funk-pop brasileiro — resultando em uma faixa que equilibra sensualidade e melancolia. Já o DJ e produtor Mochakk, um dos principais nomes da cena eletrônica nacional, traz sua assinatura em uma versão repaginada de “Mosquito”, incorporando batidas densas e texturas de house e tech-funk. Por fim, DJ Caio Prince entrega uma releitura de “Feelings” com influência do baile funk e do jersey club, estilos que compartilham da mesma energia rítmica que sempre permeou o trabalho de PinkPantheress. O resultado é uma faixa híbrida, sendo um reflexo de uma intersecção entre Londres e São Paulo.

Essas colaborações não apenas fortalecem o elo entre a cena britânica e a brasileira, mas também posicionam PinkPantheress como uma das artistas mais abertas ao diálogo cultural de sua geração.

Sendo uma das mulheres destaque atuando em um gênero dominado por artistas masculinos, ela traz à superfície debates sobre espaço, visibilidade e autenticidade. Além da música, sua influência também se estende ao campo da moda, refletindo-se na volta estética dos anos 2000 e na valorização de uma imagem leve, algo que conversa diretamente com o streetwear e a criação independente.

Cada projeto da artista mostra uma fase diferente de sua evolução. To Hell With It (2021) trouxe seu lado cru e íntimo; Heaven Knows (2023) ampliou sua narrativa sonora e emocional; e Fancy That (2025) explora novas texturas eletrônicas e seu controle criativo.

A britânica neste ano de 2025, foi indicada a 68ª edição do Grammy Awards, que será realizada em 1º de fevereiro de 2026, em Los Angeles, com duas indicações de destaque: Melhor Gravação de Dance Pop pela faixa “Illegal” e Melhor Álbum de Dance/Eletrônica pelo projeto “Fancy That”.

Com isso, representando um momento nostálgico dentro da cultura pop, a artista se fragmenta em múltiplas linguagens, se tornando a prova que é possível ser global e, ao mesmo tempo, pessoal. Por meio do seu som e plataforma característica com seu público, PinkPantheress é, sem dúvida, uma das vozes que vale a pena ser ouvida na cena atual.

Assistente de redação e social media

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