Puma resgata as raízes do Hip Hop e do movimento breaking no Brasil em documentário inédito "A Onda do Break"

15 de mar. de 2022

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O ano era 1985 e o palco escolhido era o Largo de São Bento, em São Paulo. Jovens usando conjuntos de moletom e sneakers nos pés, dançavam enquanto MCs soltavam suas primeiras rimas e grafiteiros espalhavam sua arte pelas ruas. E foi assim que surgiram os primeiros movimentos organizados do breakdance em São Paulo. Influenciados pelo filme Beat Street (1984), as famosas “crews”, grupos de dança da época, tomaram a estação São Bento do metrô e criaram um dos primeiros movimentos organizados do Hip Hop no Brasil. 

O mini documentário “A Onda do Break” faz uma viagem no tempo de volta para as raízes do breaking, e quem conta essa história são os protagonistas dela, os integrantes das gangues Back Spin, Crazy Crew, Nação Zulu e Street Warriors, que eram consideradas as principais do movimento, além de nomes como OSGEMEOS, Thaíde, DJ Hum, Mano Brown e MC Jack, que começaram a ter destaque na cena. 

No doc, as primeiras crews brasileiras lembram como e onde tudo começou, em um dos berços do Hip Hop brasileiro. Além dos nomes já citados, também há relatos de personagens como Nelson Triunfo, considerado o pioneiro do Hip Hop no Brasil, e também de Doze Green, considerado um dos pioneiros do Hip Hop mundial, e um dos participantes do filme Beat Street, membro da Rock Steady Crew.

Ao mesmo tempo que a dança, a música e o grafite ganhavam seu espaço, o estilo e a moda marcaram esse movimento. Na época, o acesso às roupas e tênis que eram referência nos Estados Unidos era algo muito distante das crews brasileiras. Alguns personagens do movimento, como Thaíde, contam que eles costumavam imitar as roupas da PUMA que não existiam no Brasil. Ainda, há relatos de que os amigos costumavam também criar modelos imitando o Suede, usando tênis comuns da época com tiras de couro coladas, para parecerem que eram o clássico da PUMA.

O NOTTHESAMO marcou presença na première exclusiva do documentário, que rolou no Cine Marabá, em São Paulo. O local não foi escolhido à toa, foi nesse mesmo cinema que  o filme “Beat Street” foi exibido pela primeira vez no Brasil e onde os primeiros breakers (B-boys) brasileiros se apaixonaram pelo Hip Hop. Aproveitamos para bater um papo com Thaíde, uma das figuras responsáveis por elevar a cultura hip hip no país.

[NTS] “Como era o estilo naquela época? Como você enxergava a cena naquele momento?”

[THAÍDE] Pra gente era tudo novidade, então a gente não tinha aquilo de “vamos fazer desse jeito”, a gente tinha uma noção básica do que era, influência lá de fora, e a gente se virava com o que tinha. A gente escreveu uma história que a gente nem sabia que estava escrevendo. Era tudo diversão, e demorou muito pra gente perceber que essa diversão ia se tornar algo muito mais sério, que é o que a gente consegue ver hoje.

[NTS] “Em questão de roupa, quando vocês viam em revista ou na TV, como era pra vocês encontrar aquelas peças no Brasil? Como vocês faziam?”

[THAÍDE] Não tinha como, a gente não tinha. A gente simplesmente via nos lugares, imaginava como seria. A gente tinha que mandar fazer as peças. Eu mesmo já mandei fazer um agasalho da Puma na época, com logo e tudo. Era a única forma que a gente tinha de ter aquelas peças que a gente via a galera de fora usando.

A história da PUMA se interliga naturalmente com a história do Hip Hop, desde quando o Suede surgiu nas primeiras batalhas de dança no South Bronx, nos anos 70, até o filme Beat Street, nos anos 80, onde a marca foi fornecedora dos agasalhos e tênis. Desde 1968, o PUMA Suede esteve na vanguarda dos pontos de virada culturais, transcendendo estilo e tendências. O sneaker tem sido referência por mais de 50 anos, um ícone do passado que continua como um clássico do presente e futuro, trazendo um impacto significativo na sociedade e cultura.

Assista agora o documentário “A Onda do Break”.

https://www.youtube.com/watch?v=fkziwSGDOVk

Ficha técnica “A Onda do Break”:

Criado por: MAD LAB RATS

Produzido por: BTTB.INSTITUTE e A21 Films

Produtor Executivo: Tiago Mari

Direção: LOREM IPSUM

Direção Fotografia: Danilo Arenas

Co-Produzido por: Thaíde e Ana Paula Onofre

Edição: Vitor Hugo Santana E Daniel Barrios

Imagens: Pablo Aguiar, Luiz Egídio, Marcelo Batista, Samuel Costa

Assistente de Fotografia: Lucas Martins e Samuel Costa

Trilha Original: OSGEMEOS e Roger Dee

Sound Design: Vitor Hugo Santana

Som Direto: Lucas Martins

Direção de Produção: Carla Balsemão Lombardi

Assistente de Produção: Fidel Balsemão Lombardi

Argumento: Fabio Canale

Cor: Marcelo Batista

Mixagem de Áudio: Leonardo Nicolosi