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No bairro do Cambuci, Teiu nos recebeu na portaria do prédio em que mora e nos levou até o apartamento, onde nos deparamos com um lugar aconchegante e repleto de cultura. Nas paredes, quadros de diversos artistas brasileiros, como GG do SUSTO”S, preenchiam os espaços enquanto mostravam parte do background da família.
Logo de cara, o mais impressionante é a prateleira de discos feita sob medida, que ocupa lugar de destaque na sala. Do chão ao teto, 20 nichos são recheados de discos dos mais variados tipos, enquanto três outras divisórias abrigam as caixas de som e uma mini galeria com objetos diversos como quadros e estatuetas.
Enquanto olhávamos tudo ao nosso redor, Teiu começou a selecionar alguns discos para nos mostrar e para tocar. Não por acaso, o primeiro foi ‘Ye’, de Kanye West, nome que despertou no jovem produtor a curiosidade em misturar rap com outros gêneros musicais. O segundo disco escolhido foi 808 & Heartbreak, mais um clássico de Kanye, seguido pelo LP de Around the World, faixa lançada em 1996 pela dupla que revolucionou a música eletrônica, o Daft Punk.
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Criado em um ambiente rico em música e cultura de rua, Teiu começou a tocar aos oito anos e passou a se dedicar de fato aos 12. “Desde pequeno me interesso muito por arte e música, principalmente. Já passei por diversos gêneros como rap, mpb, reggae, dancehall, entre outros. Foi bem natural começar a tocar, porque eu queria tocar as músicas que eu gostava. Sigo tocando há 7 anos já.”
O toca-discos da família ocupa na sala o lugar quase sempre pertencente a televisão, logo em frente ao sofá. A ideia de entretenimento ficou bem clara, enquanto cada vez mais referências saltavam da prateleira e de todos os cantos do apartamento. A medida em que os cliques acumulavam, Teiu começou a se sentir mais à vontade. O DJ é de fala baixa e poucas palavras (longe de ser antipático, para deixar bem claro).
Finalizamos as fotos no apartamento e, enquanto saíamos do prédio, vi um boné da collab High Company x Mudo, uma peça rara do streetwear nacional, pendurado em um gancho na lateral do edifício. Perguntei se era dele e Teiu disse que tinha dado de presente ao porteiro do prédio.
Seguimos rumo a uma quitanda que avistamos durante o trajeto de ida. Um comércio com a frente forrada de caixotes de feira, frutas e verduras, comandado por um senhor japonês que nos deu a permissão de fotografar em frente ao seu negócio (quando entrei, não pude deixar de notar a lambreta estacionada bem no meio da loja). Teiu sentou-se no beiral e seguimos com as fotos.
Ainda enquanto criança, Teiu foi introduzido as músicas de Dr. Dre, Wu-Tang Clan e Parteum. Hoje, anos 16 anos, o DJ mantém uma linha de pesquisas voltadas a gêneros europeus, principalmente do Reino Unido, como o grime, uk drill, garage e baseline, além de trap austríaco e alemão. “As músicas do selo Sport Records sempre estão no meu set. Consigo ver mais do meu lifestyle nas subculturas europeias.”
Quando o assunto é Brasil, Teiu fala que suas maiores influências estão bem aqui, entre seus amigos e chegados. Destravalt, Dimsan e sua banca Impala Crime, Antconstantino, Cesrv, Sants, SonoTWS e Fleezus são algumas de suas maiores inspirações e professores na música. É nítido que o jovem integrante da Tracksuit Máfia e co-fundador do projeto ELLÖS tem nomes influentes e de peso ao seu redor.
A ambição de Teiu é conquistar o reconhecimento como DJ e produtor de música eletrônica. “Nos próximos anos, espero aumentar cada vez mais o nível dos mais rolês com a Tracksuit Máfia e dos meus sets.”. Nos próximos meses, Teiu já tem a agenda cheia e uma festa grande onde vai tocar, então fique de olhos e ouvidos atentos aos passos e sets desse nome que promete acrescentar muito na cena underground de São Paulo.
