Artista japonesa Yayoi Kusama ganha exibição permanente em Inhotim, com duas obras
Sendo a vigésima galeria permanente do Instituto, duas obras imersivas da artista estão no acervo do Inhotim: “I'm Here, But Nothing” (2000) e “Aftermath of Obliteration of Eternity” (2009). Conhecida por sua arte envolvendo bolas e pontos, ela é uma artista multimídia, já tendo feito até parceria com a Louis Vuitton.
A artista e escritora japonesa Yayoi Kusama, nascida em 1929, é uma figura singular que tem sido reverenciada por historiadores de arte por sua carreira pioneira que abrange múltiplos movimentos artísticos das décadas de 1960 até o presente, e alcançou o status de ícone cultural global. Ao longo das últimas sete décadas, Kusama tem seguido sua visão vanguardista com convicção e aperfeiçoado sua estética pessoal, que reflete sua filosofia de vida.
Devido à doença mental que carrega desde a infância, Yayoi vive em um hospital psiquiátrico há mais de quarenta anos.
Em 1975, a artista resolveu viver voluntariamente em um hospital psiquiátrico em Tóquio. Atualmente, ela possui um ateliê perto do hospital onde vai trabalhar diariamente.
“A minha arte tem origem em alucinações que só eu consigo ver. Traduzo as alucinações e imagens obsessivas em esculturas e pinturas. No entanto, crio obras mesmo quando não vejo alucinações (...) O meu trabalho é uma expressão da minha vida, particularmente da minha doença mental.”
“I'm Here But Nothing” (2000)
Depois de usar pessoas como telas para suas pinturas, a artista passa a transformar a percepção por meio de ambientes imersivos, como em I’m Here, But Nothing [ Estou aqui, mas nada]. Nesta instalação Kusama cria uma sala doméstica comum, mas iluminada por luz negra e salpicada por pontos brilhantes coloridos.
Ao entrarmos, como parte do título indica (Estou aqui), a artista ou alguém parece estar prestes a entrar pela porta. Paradoxalmente, percebe-se a ausência (Mas nada) e a noção da proximidade que o conceito de cheio pode ter do vazio.
“Aftermath of Obliteration of Eternity” (2009)
Quando você visita esta instalação, você é convidado a entrar na sala e ficar em cima da plataforma central. Com o tempo, um miragem delicada e cintilante se desenrola, à medida que as luzes se acendem e são refletidas em todas as superfícies. Em menos de um minuto, porém, todas as luzes desaparecem — e então o ciclo recomeça.
"No mundo humano, o que desperta nosso corpo e sentimento de vitalidade é a Eternidade. Eu tenho vivido nesta Eternidade, onde um amor imenso pela humanidade flui e o brilho vasto da vida é infinitamente refletido... Nós continuamos a piscar, desaparecer e florescer novamente nesta Eternidade." — Yayoi Kusama
No Inhotim, as duas obras estarão disponíveis para visitação à partir do dia 16 de julho e será a primeira galeria dedicada à Yayoi Kusama em toda América Latina.
