Cosmopolitan Boys Sunday Snippets #014

19 de ago. de 2024

Por

Foto de capa por Petra Collins para Vogue Singapura.

18/08/2024, Domingo, 12:54 @ Centro, São Paulo

A grande reflexão da semana foi sobre: contexto. Eu explico melhor em um dos tópicos, mas em resumo, na maioria dos casos as pessoas precisam de contexto pra apreciar determinada coisa. As vezes os elementos sozinhos não são tão impactantes ou não fazem tanto sentido, mas quando você adiciona mais pistas, uma história é desenvolvida, um universo é construído… tudo muda. E isso vale pra tudo, inclusive pro que eu tento fazer com esse projeto.

Espero que gostem da seleção dessa semana, eu gostei bastante.

*Cada tópico está dissecado um pouco mais. Clique nas setas e/ou nos links.

O QUE ESTOU LENDO:

Alaska Manifesto

Alaska é um studio criativo e de design fundado por Virgil Abloh. Por acaso tava olhando os trabalhos deles e vi que eles tem um manifesto bem foda escondido no site. Virgil deixou um mapa de tudo, basta nós seguirmos. Segue o manifesto:

MANIFESTO ALASKA ALASKA™

courtesy of Virgil Abloh™ © V.A. 05/11/21 14:30

Non-tribal.
Of-pyramid.
Non-binary.
Free Flowing.
The mix that defines the moment.
Changing conventions.
Real Design.
Capture the zeitgeist–Contemporary Landscapes.
Relevency is the Metric.
Readymade.
Human emotion, Irony.
Dichotomies and Similiraties.
WORK-IN-PROGRESS.
Again, human interaction.
Justified in the now.
Tourist vs. Purist.
Transparency is a design tool.
Translating current social context.
Rainbow Spectrum
Being cognoscent of both the measures of aesthetics and ethics
Define a universal language that transcends cultural parameters and antiquated hierarchies.
Unlimited and Limited.
Architecting Experiences.
Modern Day Art Renaissance.
Not confined by Physical or Figurative walls that limit creativity.
Fun and Youthful.
Blank Canvas.
Black Canvas.
Cross-platform messaging.
Humble, courteous and truly inclusive.
Design by experimenting.
New New Order.
Collective of like-minded creatives.
Beyond aesthetic.
Modernity and simplicity in a three dimensional form.
Transcends culture.
To defne is to miss the point.
Hierarchies and divisions between disciplines are no longer relevant.
To learn the intricacies.
Intersections.
No linear continuity.
Need no permission to come in.
It’s OK to contradict yourself.
Inclusive exclusivity.
Anonimity as smokescreen.
Doing what we can with what we have.
The only failure is not to try.
“Two heads are better than one”.
Having a point of view.
Perfectionism doesn’t advance anything.
Exactly the opposite.

Founded by Virgil Abloh, A-Alaska is a research based design and creative service rooted in contemporary landscapes, essentially questioning design while designing “design”

Fundada por Virgil Abloh, A-Alaska é um serviço de design e criação baseado em pesquisa, enraizado em paisagens contemporâneas, essencialmente questionando o design enquanto projeta o "design"

The Greats: How Alex Webb Found His Street Photography Style

Semanalmente pesquiso sobre algum fotógrafo ou artista pra usar como capa da newsletter e da nossa playlist. A escolha da semana passada foi o americano Alex Webb que faz fotografia de rua de um jeito que parece que o universo alinha tudo de forma coordenada. Aqui alguns trechos traduzidos dessa matéria sobre ele:

Alex Webb usa a fotografia de rua para dar sentido ao mundo. Tendo feito a transição do preto e branco para a cor, e depois do filme para o digital, a prática em evolução de Webb mostra como o caos da rua carrega muito mais significado do que o que é visto na superfície.

O ponto de virada para Webb foi encontrado em "The Comedians" de Graham Greene, um romance ambientado no Haiti que detalha uma ditadura brutal contra um pano de fundo de calor tropical. Essa história vívida inspirou Webb a viajar para a nação caribenha. Alguns meses depois, ele desembarcou na capital Port-au-Prince, encontrando-se imerso em cores tão vibrantes que pareciam incorporadas no tecido cultural e espiritual. Nunca tendo experimentado isso antes, Webb foi inspirado a começar a fotografar em cores, sentindo que era a única maneira de capturar com precisão a emoção desses lugares.

"A primeira viagem de três semanas ao Haiti me transformou - tanto como fotógrafo quanto como ser humano. Fotografei um tipo de mundo que nunca havia experimentado antes, um mundo de vibração e intensidade emocional: cru, desarticulado e muitas vezes trágico."

Webb frequentemente diz que 99 por cento da fotografia de rua é sobre fracasso. É uma lição importante para aprender ao considerar sua carreira de décadas. Embora ele passe quase todos os dias vagando pelas ruas, a grande maioria de suas imagens nunca aparece em uma exposição ou livro de fotos luxuoso. No entanto, o objetivo final de Webb é estar pronto quando esses momentos elusivos e fortuitos acontecem diante dele. O que o torna um fotógrafo especial é sua capacidade de não apenas reconhecer esses eventos, mas também sua presença de espírito para agir rapidamente e pressionar o obturador antes que eles desapareçam.

"Tire as fotos em que você acredita. As recompensas na fotografia são tão fugazes, tão imprevisíveis, muitas vezes tão insignificantes, que a única verdadeira realização vem da criação."

"Eu tiro fotografias complexas porque experimento o mundo - particularmente cada vez mais à medida que envelheço - como um lugar muito complicado e, em última análise, inexplicável. Minhas experiências no mundo, minhas viagens como fotógrafo, me levam a acreditar que não há soluções simples, nem respostas fáceis, apenas muitas perguntas difíceis e talvez sem resposta."

O QUE ESTOU OUVINDO:

Nia Smith - Personal (Popcaan Remix)

Recentemente falei dessa música e da Nia Smith aqui e agora saiu um remix com o jamaicano Popcaan que deixou a música ainda melhor.

Asake - Lungu Boy

Mais um nigeriano por aqui. Asake têm furado várias bolhas com feats gigantescos, mas sem perder a sua essência dos ritmos africanos e com várias letras em Yorubá.

COISAS QUE ESTOU ASSISTINDO:

Tyler, The Creator Opens Up About Art, Internet Culture, and Music on Mavericks with Mav Carter

Adoro o Maverick Carter como host/entrevistador, as conversas são sempre divertidas. O Tyler fala de várias coisas interessantes, mas o que mais me deixou interessado foi uma parte que ele fala como a arte de artistas como ele precisa de contexto. Ele dá o exemplo de ‘New Magic Wand’, que a princípio as pessoas não curtiram muito, mas era a música favoritas dele de toda a sua carreira, e em todo show ele fazia questão de enfatizar que essa era sua música favorita, além de todo o visual, a performance, os passos de dança e etc. A partir do momento que ele ofereceu o ‘contexto’ da obra toda para as pessoas, elas passaram a entender e gostar muito mais.

KERWIN FROST TALKS TO TREMAINE EMORY, BLOODY OSIRIS, AND A$AP NAST

A melhor coisa que eu vi essa semana. A conversa tem muita coisa interessante, várias histórias do Virgil, a importância do Stephane Ashpool pra cidade de Paris e pro Fashion Week, como o cenário da moda está mudando por conta da cultura dos influenciadores e etc. Muito do que a gente vive/sabe/conhece hoje é por causa desses caras e de pessoas do ciclo deles. Sinto que tem muita gente chegando na moda/streetwear agora que não a noção dessa importância.

Tyler for supreme

Mais uma do Tyler. Essa semana foi anunciada a camiseta dele com a Supreme e eles soltaram essa entrevista dos bastidores do shooting. Ele conta sobre a sua relação com a marca, a importância dela pra sua vida e pra cultura e acho que tem muito a ver com o vídeo que citei anteriormente: as pessoas precisam conhecer mais e entender a importância histórica/cultural das coisas. A parte mais legal é a que ele fala que o primeiro grande cachê que ele recebeu, ele foi direto no ebay e comprou todas as peças da supreme que ele queria quando era mais novo e não tinha condição de ter.